1994
British Council inaugura Centro de Recursos para a Educação no Rio de Janeiro
Em junho, o British Council inaugurou no Rio de Janeiro um Centro de Recursos de Educação e Treinamento. O projeto contou com o apoio do professor Gilberto de Oliveira Castro, sub-reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e de Sir Peter Heap, na época embaixador britânico no Brasil. Os recursos disponíveis tratavam sobre aspectos educacionais, bolsas de estudos e cursos de treinamentos no Reino Unido, além de catálogos, vídeos, informações sobre educação e cultura britânicas.
1996
Carta Florianópolis é redigida com plano emergencial para garantir o ensino de línguas estrangeiras
Um plano emergencial de ação para garantir o ensino de línguas estrangeiras no Brasil: foi esse o principal pedido da Carta de Florianópolis, fruto do 1º Encontro Nacional de Política de Ensino de Línguas (Enple). O documento destacou que “todo brasileiro tem direito à plena cidadania, a qual, no mundo globalizado e poliglota de hoje, inclui aprendizagem de línguas estrangeiras”. Entre outras necessidades, demandava a formação de professoras e professores, acesso ao estudo e ensino eficiente.
1996
Ensino de línguas torna-se obrigatório a partir da 5ª série do Ensino Fundamental
O ministro da Educação e economista Paulo Renato Souza tornou o ensino de línguas obrigatório a partir da 5ª série do Ensino Fundamental. Foram estes alguns dos efeitos da LDB n. 9394. No Ensino Médio, a comunidade escolar passou a escolher um idioma para ser de ensino obrigatório, além de um segundo, optativo. Nessa época, já não havia mais um único método de ensino. A pedagogia tinha abraçado um pluralismo de ideias e de concepções.
1996
Inglês visto como língua franca
Desde que a pesquisadora Jennifer Jenkins usou o termo inglês como língua franca (ELF da sigla em inglês) pela primeira vez em 1966, outros deram continuidade à abordagem. De acordo com Seidlhofer (2011), consiste em “qualquer uso do inglês entre falantes de diferentes línguas maternas para quem ele é o meio de comunicação escolhido, e frequentemente, a única opção”. Abandona-se o inglês como “cópia” de um falante nativo e prioriza-se a interculturalidade. O professor se torna um mediador, que facilita o acesso de estudantes à comunicação internacional.
1998
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) propõem abordagem social no ensino de línguas
Para os PCNs aplicados a línguas estrangeiras, quem aprende um idioma “aprende mais sobre si mesmo e sobre um mundo plural, marcado por valores culturais diferentes e maneiras diversas de organização política e social”. Segundo a visão, o ensino deveria ser sociointeracional, com ênfase na leitura. A proposta considerava as condições da maioria das escolas, com salas de aula lotadas, carga horária reduzida, pouco domínio oral da maioria das professoras e dos professores e carência de material didático.
2000
Novos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio são criados
Os novos parâmetros buscavam atualizar a educação brasileira. Com eles, o Ensino Médio ganhou a divisão didática em três grandes áreas: ciências da natureza e matemática, ciências humanas e linguagens e códigos. Neste último grande campo é onde se inseriu o ensino de língua estrangeira moderna (LEM). No documento que define os novos parâmetros, as LEMs permitiriam o acesso ao conhecimento e a diferentes formas de pensar, agir, sentir e criar.
2000
Carta de Pelotas apresenta um diagnóstico da situação do ensino de línguas no país
O que torna um documento histórico? Durante o 2º Encontro Nacional sobre Política de Ensino de Línguas Estrangeiras (Enple), da Universidade Católica de Pelotas (RS), especialistas escreveram a Carta de Pelotas. O documento faz um diagnóstico da situação do ensino de línguas no país, da escola pública aos cursos de idiomas, do Ensino Fundamental à Pós-Graduação. Também mostrou o compromisso dos envolvidos com políticas públicas capazes de melhorar o ensino de línguas.
2002
Governo do Paraná e instituições internacionais desenvolvem o Programa Paraná ELT
O English Language Teaching – Ensino da Língua Inglesa foi uma iniciativa de parceria entre órgãos de financiamento internacionais e o governo do estado do Paraná para valorizar o conhecimento estrangeiro e o ensino da língua inglesa. Em 2002, o projeto passa a ter como diretriz valorizar o conhecimento local para o aprendizado de inglês. Em 2003, a iniciativa passou a operar de forma autônoma, com o apoio do Conselho Britânico.
2003
História e Cultura africanas, afro-brasileiras e indígenas são inserida no currículo escolar
Depois de anos de reivindicações e atuação exigindo revisão histórica, o Movimento Negro conseguiu tornar obrigatórios o ensino de história e cultura africanas e afro-brasileiras em disciplinas como educação artística, literatura e história, além de incluir as histórias e culturas dos primeiros povos do país. Ao reconhecer a contribuição do povo negro para a sociedade brasileira, a lei abre a porta para que o ensino de língua inglesa seja realizado de forma mais inclusiva, abrangendo as culturas e as línguas de diferentes grupos étnicos existentes no país.
2003
Abordagem decolonial traz olhar crítico para o ensino de língua inglesa
O seu inglês é britânico ou americano? Esta pergunta denuncia uma lógica colonial, que supervaloriza falantes nativos. O movimento de decolonialidade no ensino de língua inglesa promove análises críticas, valorizando as diferenças linguísticas, políticas, sociais, étnicas e de gênero. Essa perspectiva é convergente com o pensamento de língua franca, em que um idioma facilita a comunicação entre pessoas de línguas diferentes. As 750 milhões de pessoas falantes de inglês como segunda língua são prova dessa abordagem.
2004
Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) é lançado
Em 2004, o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes, lei n. 10.861/2004) propôs avaliar estudantes de cursos de graduação. Assim nasceu o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), uma prova trienal. Mas houve descompassos no sistema e em 2005, 2008 e 2011, os exames para quem cursou letras (português e inglês e português e espanhol) não incluíam questões elaboradas em outro idioma que não o português. A situação só mudou a partir de 2014.