1971
A nova LDB promove um retrocesso
Recomendada e não obrigatória – era assim que aparecia a língua estrangeira moderna (LEM) na nova lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1º e 2º graus (Parecer n. 853/71). Eram os anos do regime militar, e o patriotismo explicitado pelo slogan oficial “Brasil, ame-o ou deixe-o” determinou a grade curricular das escolas e o enfraquecimento do ensino das línguas como o inglês. Foi nessa mesma década que os cursos particulares de idiomas se expandiram, muito em razão do conceito de que não era necessário aprender línguas na escola regular.
1971
British Council organiza seminário de língua e TV educativa
O British Council organizou o primeiro seminário de Língua e Literatura Anglo-Americana em Pernambuco. O evento contou com palestras e a presença de britânicas e britânicos como W. E. Moss e Ann Whitfield. O encontro foi uma parceria com o Instituto de Letras da Universidade Federal de Pernambuco (UFP) e a Sociedade Cultural Brasil-Estados Unidos. No mesmo ano, o British Council e a embaixada do Reino Unido enviaram profissionais para ajudar a montar a Fundação Centro Brasileiro de TV Educativa (atual TVE Brasil).
1973
Rede de escolas de idiomas Cultural Norte Americano (CNA) é fundada
Depois de trabalhar como vendedor de tapetes nos Estados Unidos, o empresário Luiz Nogueira da Gama Neto teve a ideia de usar sua empresa para vender uma coleção de livros de inglês em Porto Alegre. Um de seus vendedores, por iniciativa própria, concebeu a ideia de oferecer aulas a qualquer um que adquirisse a coleção, o que aumentou o apelo das vendas. Luiz Gama gostou e apoiou o empreendimento e, assim, na década de 1970, iniciou o Cultural Norte-Americano (CNA).
1974
British Council organiza seminário para professoras e professores de inglês
O British Council, em conjunto com a Associação de Professores de Inglês do Estado da Guanabara, realizou no Rio de Janeiro o V Seminário para Professores de Inglês. O objetivo do evento era promover debates e reflexões sobre as melhores e mais eficientes práticas no ensino da língua inglesa. Entre os temas abordados, alguns destaques foram o uso de filmes e de audiovisual no ensino de línguas e abordagem da psicologia para professoras e professores de línguas.
1975
Distrito Federal cria Centro Interescolar de Línguas (CIL) em Brasília
Em 1975, o governo do Distrito Federal criou o primeiro CIL para fazer frente aos desafios do ensino de línguas estrangeiras nas escolas regulares, entre eles, salas de aula com grande número de estudantes e alunas e alunos com diferentes níveis de conhecimento dos idiomas. Com aulas no contraturno escolar, o centro apoia o ensino de língua inglesa e de outros idiomas para alunas e alunos a partir do sexto ano do Ensino Fundamental, do Ensino Médio e da Educação de Jovens e Adultos (EJA).
1975
Livro propõe aprender inglês usando máscaras para cobrir parte das lições
Aprender inglês usando uma máscara? Era essa a proposta do livro English by the Audio-visual Method, de Filipovic e Webster (1975). No método, professoras e professores cobriam parte das lições com uma máscara que vinha no livro das alunas e alunos. Ao mesmo tempo, tocavam fitas cassetes com diálogos. O método priorizava a compreensão oral. Quem produziu a ideia, entendia que o contato com o texto escrito poderia ser negativo para o aprendizado. A oralidade era trabalhada durante um período de oito a dez semanas, e só então entravam a leitura e a escrita.
1976
Norma corrige parte dos retrocessos da ditadura militar
Com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) durante a ditadura militar houve uma série de retrocessos no ensino de idiomas. No ano de 1976, a resolução n. 56 corrigiu alguns pontos no ensino de língua estrangeira, mas apenas em partes: o ensino voltou a ser obrigatório no 2º grau (atual Ensino Médio), mas nos currículos de 1º grau (atual Ensino Fundamental) essas disciplinas eram apenas recomendadas, ou seja, muitas escolas públicas continuaram sem o ensino de idiomas.
1977
Língua para comunicação é foco de material didático
Ensino de idiomas voltado para aprender a se comunicar, sem preconceito com os vários sotaques. Eram essas as propostas da série de materiais britânicos Strategies, de Brian Abbs e Ingrid Freebairn. A proposta era ver a linguagem não como um sistema de regras, e sim como um instrumento para servir à comunicação de quem aprende. O livro contemplou variações linguísticas e de entonação como recursos para produção de sentido.
1978
O método comunicativo chega ao Brasil
Como o nome sugere, a ideia do método inovador era priorizar e desenvolver a capacidade de quem estuda de interagir em situações reais de comunicação. Ou seja, falar de maneira fluente e desenvolta, para o novo método, era visto como algo mais importante do que fazer o uso correto e culto da gramática do idioma aprendido. Além disso, a nova abordagem incorporou o erro como parte do processo de aprendizagem.
1978
Livro de Amadeu Marques é fenômeno editorial
Em meio ao aumento acelerado dos cursos pré-vestibulares, Amadeu Marques, professor de cursinho formado em língua inglesa pela Uferj (atual UFF), iniciou sua produção de livros didáticos com três volumes: Time for English, English for Life e Reading Texts in English. A produção seguiu e, de 1978 até 2007, publicou pela Editora Ática mais de cinquenta livros, que serviram do Ensino Fundamental ao Ensino Médio. Editou, ainda, séries de paradidáticos e dois dicionários.