Nísia Floresta

Primeira educadora feminista do Brasil e intelectual pioneira na criação de uma escola emancipatória para mulheres. Acreditava na educação e lutava contra a injustiça e o machismo.

Dionísia nasceu em 12 de outubro de 1810. À frente de seu tempo, foi uma das primeiras jornalistas brasileiras. Seus artigos falavam sobre as desigualdades de gênero do Brasil imperial, mas também sobre outras injustiças, como a exploração de negros e indígenas. Para não sofrer com a censura da época, publicou muitas obras sob o pseudônimo de Nísia Floresta Brasileira Augusta (nome em homenagem à sua admiração pelo Brasil).

Na época, acreditava-se que a mulher deveria apenas cuidar da família e do lar, e as expectativas para Nísia não foram diferentes: foi forçada a se casar aos treze anos. Nísia resistiu e rompeu com o marido três meses depois. Intelectual e romântica, preferiu escolher o amor de sua vida, Manuel Augusto de Faria Rocha, acadêmico de direito. 

Nísia entendia que apenas o ensino traria a emancipação. Mas na época o ensino intelectual era reservado apenas para homens brancos da elite. Inconformada, fundou a primeira escola para a formação intelectual de mulheres no Brasil. Fez questão de ensinar não apenas “tarefas do lar”, mas também disciplinas como inglês, francês, ciências, história, religião, geografia, educação física, artes, literatura, entre outras. 

Em 1832, publicou seu primeiro livro, Direito das mulheres e injustiça dos homens. A obra, considerada inaugural do feminismo no Brasil, só foi possível por Nísia ser uma conhecedora do inglês: ela se inspirou em livros e ensaios de feministas britânicas e francesas. Os ideais de igualdade entre os gêneros atravessaram culturas e países por meio da língua inglesa e foram por ela adaptados à realidade brasileira.

Após uma vida de lutas e ideais, Nísia faleceu em 1885, aos 74 anos, na cidade francesa de Ruão. Foi enterrada em um cemitério da Normandia. Deixou uma trajetória de ensinamentos para as futuras gerações de mulheres a partir da educação. 

 

Referências:

LONZA, Gabriel Battazza. A educação das mulheres no Brasil: Nísia Floresta e a experiência do Colégio Augusto (1838-1849). 2019. 89 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais) – Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2019. Disponível em: https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/22730. Acesso em dezembro de 2022.

OLIVEIRA, Emanuella Soares de. Uma revolucionária brasileira: Nísia Floresta. 2020. Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Sergipe. Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, 2020. Disponível em: https://ri.ufs.br/bitstream/riufs/13850/2/RevolucionariaBrasileiraNisiaFloresta.pdf. Acesso em dezembro de 2022.