André Rebouças
André nasceu em 1838 e sua formação de engenheiro lhe rendeu reconhecimento. Quando jovem, ajudou a solucionar o problema hídrico na cidade do Rio de Janeiro com um projeto ousado de abastecimento das águas dos mananciais das redondezas.
Além de inúmeros feitos na engenharia, foi um importante articulador na luta pela abolição da escravatura. Respeitado na corte, foi um dos fundadores da Sociedade Brasileira Contra a Escravidão, entre outros grupos abolicionistas. Acreditava na inserção do ex-escravo na sociedade. Para isso, via na reforma agrária, nos moldes feitos nos Estados Unidos, um importante meio de emancipação social.
Inspirado no liberalismo clássico, entendia que o monopólio da terra nas mãos de latifundiários, presos a uma lógica escravista, jamais permitiria o desenvolvimento pleno para o país. Por isso foi um grande defensor da reforma agrária, em um formato capaz de incluir ex-escravos e imigrantes.
Muitas de suas ideias avançadas vieram do contato com o exterior, especialmente com os Estados Unidos e seu Homestead Act (profundo projeto de reforma agrária do país). Visitou fazendas, fábricas e estradas de ferro estadunidenses, e o conhecimento da língua inglesa contribuiu para que ele interpretasse as realidades sociais.
A partir desse contato, desenvolveu projetos de emancipação socioeconômica para o Brasil, que incluíam, ainda, recuperar terras improdutivas a partir de reflorestamento e um programa habitacional humanizado para a população de baixa renda.
Após a proclamação da República no Brasil, foi viver em Lisboa, onde atuou por dois anos como correspondente do jornal britânico The Times. Mais tarde, mudou-se para Funchal, pequeno município português, onde morreu, aos sessenta anos.